quinta-feira, 25 de julho de 2013

O lado obscuro e a vertigem das redes sociais

A Internet e as suas várias dimensões






Isaquiel Cori

É um facto que as redes sociais, actualmente, são o "carro chefe" da Internet, isto é, constituem o motivo principal dos usuários acederem à Web. Antes já o foram os motores de busca com a sua quantidade quase infinita de informação sobre praticamente todos os tópicos e assuntos.
Os internautas, vezes sem conta, perdiam-se [perdem-se] no meio de tanta informação, incapazes de fazer as devidas conexões e dar um rumo a tanto saber. E havia ainda [há] o aspecto da impessoalidade: ao accionar o browser estamos claramente a lidar com a máquina não apenas como meio mas também como fonte de informação.
É o contrário do que acontece com as redes sociais, onde o internauta lida com pessoas [virtuais], interagindo com elas, colocando questões e obtendo respostas a mais das vezes em tempo real. As redes sociais são assim o lado mais humano e humanizante da Internet, na medida em que a principal característica do ser humano é precisamente a socialização.
Mas aqui é pertinente colocar as questões: as pessoas com quem lidamos nas redes sociais são verdadeiramente reais? São mesmo autênticas?
Ou são máscaras, projecções idealizadas de eus solitários diante do computador? De gente que sonha e vive contente, amando, sofrendo, lutando, perdendo, ganhando, caindo, soerguendo-se, gritando, calando, batendo, apanhando, e projecta os seus sonhos, através do teclado do computador, tablet ou smartphone para a rede social de que faz parte?
Para mim, confesso, esse é o lado obscuro das redes sociais e que, não poucas vezes, me provoca vertigem. Gosto de falar com pessoas de carne e osso, olhá-las nos olhos, sentir as palavras a saírem-lhes literalmente da boca, acompanhar os seus gestos ou, pelo menos, se ao telefone, captar as nuances da sua voz.
Quando leio um post no facebook ou noutra rede social é como se estivesse a ler um romance: mais do que o autor, visualizo um narrador, um contador de estórias.