domingo, 28 de janeiro de 2024

COMO É SER JOVEM EM ANGOLA HOJE

A Professora Doutora Elisabete Ceita Vera Cruz, autora do livro “Ser Jovem em Angola. Valores e Identidades dos jovens estudantes universitários” (Chá de Caxinde, 2018) é porventura a pioneira dos estudos académicos sobre a juventude em Angola. O Jornal de Angola a entrevistou em busca de um melhor entendimento sobre as dinâmicas actuais da juventude angolana, esse segmento da população com um papel cada vez mais decisivo nos processos políticos, económicos, sociais e culturais

Isaquiel Cori


                                                                                          Elisabete Ceita Vera Cruz

Quais as principais dificuldades com que se depara quem se propõe estudar a situação dos jovens em Angola? E, concretamente, as que pessoalmente enfrentou?

Investigar, em Angola, é tarefa hercúlea... até para escrever um pequeno ensaio, é complicado. As dificuldades são inúmeras, desde logo a inexistência de bibliotecas, o acesso à bibliografia– agora mais facilitado com a internet –, às fontes locais que dificilmente acedem, para além das questões de ordem logística e financeira. E trabalhar sozinha/o, pouco ou nada se trabalha em equipa, é quase um suicídio. Na área das ciências sociais e humanas, é ainda pior. Por conseguinte, qualquer trabalho de investigação sobre a juventude padece desses males. Pessoalmente enfrentei todos, com excepção da bibliografia, porque a pesquisa documental, fi-la fora do país. Mesmo assim, neste quesito, destacaria a dificuldade de acesso a trabalhos sobre o nosso continente, nomeadamente os relativos à juventude.    

 

O seu interesse pelo estudo da juventude angolana não se ficou pelo doutoramento. Pelo seu percurso académico posterior, pode-se dizer que esta temática está no centro da sua actividade profissional?

Os estudos sobre a juventude continuam a ser objecto de interesse, reflexão e preocupação – como não sê-lo, se se trata de uma categoria que numérica e sociologicamente é um indicador do país que temos e que poderemos ter? Mas, neste momento, tenho em mãos um sobre a velhice, que já deveria estar pronto, mas pelas razões já enunciadas está "pendurado”.

 

E porquê agora a velhice?

Por se tratar de uma categoria que, ainda que sem expressão numérica no nosso país, tem uma grande dimensão sociológica. 

 

Pode detalhar a grande dimensão sociológica da velhice, ou dos idosos, na nossa sociedade?

Temos uma pirâmide etária que não abona em nada a pessoa idosa e que revela as profundas assimetrias sociais e económicas. Não indo ao detalhe, mas respondendo à pergunta, o que lhe posso adiantar remete para o lugar que oficialmente os idosos têm no nosso continente e mais propriamente no nosso país, e que é um misto de idade, conhecimento e a reverência e o respeito que daí advêm. Com base no discurso de que é nossa "tradição” e de que somos devedores dos nossos pais e avós e que estes merecem um tratamento cinco estrelas, devemos perguntar-nos se assim acontece. Com uma esperança de vida de 60,29 anos (censo de 2014) que, entretanto, baixou segundo os últimos dados, sendo em número residual, cerca de 2,3 por cento tem 65 e mais anos(ainda segundo o censo de 2014), quero saber se assim é, e compreender os estilos de vida, as dinâmicas desta categoria, no puzzle que é esta nossa Angola. Em boa verdade, esta é também uma abordagem que permite "desvendar” um pouco do nosso país.

 

Regressando à juventude, era seu desejo que a sua pesquisa se constituísse no ponto de partida para os estudos sobre a juventude em Angola. De lá para cá, isso realmente aconteceu?

A inexistência de estudos sobre, leva-me a dizer que sim – seria desejável e fundamental que a juventude fosse objecto de estudos, de produção científica. Dei o pontapé de saída e, de então para cá, que eu saiba, não foi realizado nenhum outro estudo, desta natureza, sobre a juventude. Se me perguntar porquê, dir-lhe-ei que não sei. Avançando com possibilidades de respostas, dir-lhe-ei que poderá ser por desconhecimento, por entenderem não ser importante, enfim...O poder político não pode continuar a falar de, sobre e para os jovens, sem suporte em estudos, não pode ficar-se pela ideologia. Não posso deixar de referir, uma vez mais, que o Observatório da Juventude é um instrumento, entre outros, que faz falta. 

 

Quais as razões que a fizeram escolher a juventude universitária como ponto de partida para os estudos sobre a juventude angolana?

Quis perceber quem eram ou seriam os futuros governantes, líderes, deste país. Quis perceber se estariam enfermados dos mesmos males dos adultos, quais eram os seus valores, se materialistas ou pós-materialistas. Quis compreender os jovens, para assim projectar o futuro do nosso país.

 

E a que conclusões chegou? Concluiu que os jovens universitários angolanos estão preparados para serem futuros governantes e líderes deste país? São materialistas?

Os jovens estudantes universitários inquiridos, sublinho, os inquiridos, são pós-materialistas. O sublinhado pretende chamar à atenção para o facto de não estar em condições de afirmar o mesmo com relação aos jovens estudantes universitários, hoje. Os jovens de há 20 anos não somente não se interessavam por política, como tão-pouco pelo poder, como por exemplo, em serem ministros, o que poderia ser um bom sinal para serem governantes e líderes – sobretudo no concernente ao desinteresse pelo poder.

 

Desde que começou a pesquisar a situação dos jovens em Angola, suponho que por volta de 2011, as coisas evoluíram para melhor ou para pior?

Não sei onde foi buscar o 2011... Comecei muito antes, com os jovens estudantes angolanos em Portugal, ainda antes do novo milénio. Com pequenos inquéritos, junto dos meus alunos, conversas com diferentes actores sociais, para além do que fui observando, é claro... O trabalho entretanto concluído e publicado, teve início no princípio do novo século. Se as coisas evoluíram, sem melhor ou pior, diria que naturalmente evoluíram. Os problemas de ontem, continuam a ser os de hoje, e os jovens estão cada vez mais conscientes da importância da sua acção.

 

É a juventude conflituosa? É a juventude angolana conflituosa?

Os conflitos existiram, existem e existirão em todas as sociedades, sendo não poucas vezes positivos e importantes, e não são um exclusivo dos jovens. Se a juventude é conflituosa? Não estando no seu ADN, aresposta é um rotundo não. Trata-se de mais um estereótipo, uma roupagem,entre muitas.

 

Apesar dos pesares, a Academia e os académicos angolanos têm produzido estudos meritórios sobre a realidade política, social, económica e cultural do país. Muitos desses estudos estão patentes em livros. Porque é que, na sua opinião, esses estudos não têm sido levados em conta pela classe política no sentido de ter uma actuação mais informada sobre a realidade?

Pergunta interessante, pertinente e inteligente. Primeiro, eu advogo que nós não temos academia. Temos alguns académicos, mas academia ainda não temos.Quanto ao desinteresse da classe política, avanço uma primeira possibilidade que é a de porventura os referidos trabalhos não serem considerados pelos políticos, exactamente pela inexistência de academia – se houvesse, teríamos alguma força, e o que hoje acontece é "cada um trabalhar por si e Deus por todos”, havendo mais competição que trabalho de e em equipa. Segundo, as ciências sociais são párias em sociedades, em países em que a liberdade de expressão, a democracia, os direitos humanos não são respeitados. Continuam as ciências sociais a ser o parente pobre e não vislumbro, para já, novos ventos para alterar este quadro. Terceiro, a partidocracia é um elemento mais a considerar, quando falamos de desenvolvimento das ciências sociais. Para além disso, havendo muito mais a dizer, nós vivemos numa sociedade anómica e penso que isto poderá explicar que o que é tido como social, nomeadamente o seu estudo, seja sujeito a escrutíneo ou, simplesmente, ignorado. E, para finalizar, penso que a classe política poderá e saberá responder-lhe a esta pergunta.     

 

Como é que não temos academia se o país tem largas dezenas de universidades, públicas e privadas, e um Ministério do Ensino Superior?

A existência de universidades e de um ministério, não são sinónimos de existência de academia. Há outros indicadores, como por exemplo a produção científica, que é preciso considerar. Ademais, é conhecida a má preparação de alunos e professores, razão porque de há muito advogo que se aposte seriamente na formação de professores do ensino primário. Estes, sim, poderão garantir uma nova geração de angolanos com uma boa formação de base e, consequentemente, uma futura academia que precisamos e merecemos, pujante. 

 

Nota-se, nos seus escritos sobre a juventude, uma grande empatia pelos jovens, diria mesmo uma clara apologia da juventude. Conte-nos, por favor, como e onde nasceu esse impulso de estudar a situação dos jovens em Angola?

Não sei se deverá colocar-se a questão em termos de empatia. E, obviamente, não se tratou de um impulso. É um misto de importância e necessidade. Diria mesmo de urgência. Ontem, como hoje, entendo que a juventude angolana deve ser objecto de estudo. Ainda relativamente ao que chama empatia, o que posso dizer-lhe é que tenho empatia pela juventude e por todos os agentes de mudança. Eu própria, que não integro esta categoria por causa da variável idade – sou uma jovem veterana –, tenho-me como agente de mudança, o que significa que a mudança não é exclusiva dos jovens.

Penso que já respondi, em parte, à pergunta. Mas, para ser mais precisa, diria que surgiu do meu contacto com os estudantes universitários angolanos em Portugal (fui professora de uns poucos), das minhas vindas a Angola enquanto vivia e trabalhava no exterior do país. Tudo isso com o pano de fundo da guerra, da estereotipização (negativa) da juventude, sem esquecer uma reportagem de um canal de TV português que termina com um jovem, adolescente, a dizer que no futuro se vingaria das agruras por que passava – gostaria muito de saber dele... E a questão que me colocava era, e foi, qual seria o futuro de Angola, tendo em atenção o descontentamento relativamente às condições sociais e económicas, já bem patentes na altura – estamos a falar do século passado. Os trabalhos de José Machado Pais, por muitos considerado o pai da juventude em Portugal, também foram inspiradores no decorrer do processo.

 

Gostava que definisse para os nossos leitores o que é ser jovem, não abstractamente, mas em Angola, hoje?

Diria que ser jovem em Angola, hoje, de forma resumida e tendo em atenção as diferentes juventudes, é ser pró-activo e, por conseguinte, agente de mudanças sociais, políticas, culturais, económicas, entre outras. As dinâmicas sociais vêm-no demonstrando. Há um mundo a que vou chamar "subterrâneo”, mas um subterrâneo pejado de luz, a acontecer, diariamente, e que desconhecemos. Há múltiplas associações que actuam em diferentes áreas, há gente jovem interessantíssima que importa conhecer, temos muitos "fazedores”, portentos por revelar. Falei dos jovens, mas também os há nas outras categorias.  

 

Os jovens são mais vistos como um problema, como uma ameaça à ordem social, do que como o motor da solução dos problemas?

Sim, para além da falta de conhecimento, muito por causa da estereotipização, por um lado, por outro por esta categoria, a juventude, poder ser decisiva para a mudança e, por isso, considerada perigosa em sociedades que oferecem grande resistência à mudança, sociedades não abertas, na esteira de Popper e de Bergson. Mas este poder transformador, não é exclusivo da juventude. Qualquer indivíduo, não importa a idade, variável e um dos indicadores da juventude, pode e deve ser capaz de inspirar, impulsionar e transformar a sociedade. No nosso caso e no do nosso continente, porque os jovens são numericamente superiores, é natural que as mudanças provenham mais desta categoria. É claro que há outros factores a considerar para essa maior disponibilidade dos jovens e que terá a ver com o facto de se encontrarem num momento, numa fase das suas vidas em que a sede da descoberta será maior e mais evidente.     

 

Ainda que empiricamente, pôde avaliar o desempenho dos jovens nas últimas eleições gerais? O que tem a dizer sobre a sua participação?

Acompanhei, claro, na medida do possível... Muito interessante. E entusiasmante. Espectaculares! Nota 10!

 

Os seus estudos sobre a juventude praticamente foram alertando para o que finalmente ocorreu nas eleições, na província de Luanda. Nesse sentido, o seu artigo "Angola Jovem: Revisitando os Jovens de Ontem, Interpelando os de Hoje” constante do livro "Angola 45 Anos: O político, o social, o económico e o cultural - Entre balanços e perspectivas” é bastante elucidativo. Na verdade, já esperava o que aconteceu em Luanda?

Outra pergunta interessantíssima. E a resposta é sim. Os sinais eram claros... E isto também prova a importância dos estudos, da investigação, da ciência, da sociologia.

 

Se não se importa, gostaria agora de lhe colocar perguntas, que na verdade são suas, que constam do livro "Ser Jovem em Angola. Valores e Identidades dos jovens estudantes universitários”. Mas peço-lhe encarecidamente que repita ou reformule, resumidamente, aqui as respostas para os leitores do Jornal de Angola. Primeiro: quem são os jovens angolanos?

A sua pergunta é sobre os jovens angolanos, e não exatamente sobre os jovens angolanos estudantes universitários. Os jovens de ontem, de há uma década, não são os de hoje ou, dito de outro modo, a Angola de 2012, não é a mesma de 2022. Mas, para compreendermos o presente, temos que convocar o passado. Assim sendo, e respondendo-lhe, sem rede sobre quem são os jovens angolanos, a que acrescento hoje, somente com base na observação e leitura de alguns trabalhos (ainda que não fossem sobre a juventude), digo-lhe que são cada vez mais instruídos e informados. Mas como a juventude é plural, diria que continuamos a ter jovens sem oportunidades de se revelarem, jovens sem rumo, no espaço urbano, periurbano e rural. Temos a geração Z em crescendo, que se cruza com as outras. Temos cada vez mais gente, particularmente jovens, a quererem emigrar, fenómeno a que se vem assistindo há já alguns anos, e devemos perguntar-nos porquê... E temos os jovens no sector informal e os desempregados, em grande número, que não podem ficar-se pelas auscultações, discursos e promessas. 

 

Segundo: o que pensam e como pensam os jovens angolanos?

Esta acaba por ser a continuação da pergunta anterior e, por conseguinte, vou pelo mesmo diapasão. Falar dos jovens de hoje, supõe um novo trabalho aturado de investigação. De qualquer modo, permito-me adiantar que estamos perante uma juventude com novas dinâmicas e para quem as palavras submissão e inação vêm sendoarredadas da sua práxis. Os jovens também pensam que podem fazer diferente e melhor, o que não é novo, e também não é necessariamente verdadeiro. Quando se diz que são "imediatistas”, um cliché, quem o diz talvez deva antes reflectir em torno do significado da palavra e, claro está, procurar perceber as razões para o que chamam "imediatismo”. O "agora” e "já”, para além de não ser exclusivo dos jovens – quantos adultos não pensam e agem do mesmo modo? –, pode ser prenúncio de falhas do sistema, falhas do aparelho de Estado. A título de exemplo, tomemos a ausência de transportes públicos, combinada com a existência de carros de alta cilindrada que os agentes do poder político ostentam... como é que o cidadão, mais ou menos jovem, se sentirá, o que há-de dizer, se não reclamar, contestar, se não exigir? A insustentabilidade de tal situação, "n” vezes multiplicada, tem respostas, tem repercussões, tem consequências... Assim é que, e só para rematar, acrescentaria que o que pensam e como pensam os jovens angolanos, é boa parte das vezes, se não sempre, ditado pelos adultos e por quem governa, isto é, pela sociedade e pela forma como vivem. Porque estudos sobre a juventude são necessários, perguntemos então, aos jovens, eles próprios, o que e como pensam.    

 

Nas suas obras cita, amiúde, textos literários, de ficção.  A literatura, a ficção, agrega valor à pesquisa em sociologia?

Absolutamente. Ainda que muitas vezes, como se diz, a realidade ultrapasse a ficção. Mas a literatura tem o condão de adentrar e desvendar o mundo, de fazer-nos viajar por diferentes universos, indivíduos, culturas, em que se cruzam diferentes matizes e em que o social – e tudo é social – se manifesta e desvenda livremente e de forma sublime. Para além de me deliciar, do prazer absoluto que daí retiro – a leitura pode ser orgíaca –, eu aprendo muito com a literatura. A arte, no geral, tem o poder de nos "enfeitiçar” e, ao mesmo tempo, de nos despertar, de nos descobrirmos, de (nos) revelarmos o melhor e o pior que há em nós, humanos. A literatura permite, por exemplo, conhecermos as juventudes não somente do presente, como do passado, de outras geografias e é, para mim, uma peça-chave no meu trabalho, e não só os trabalhos relativos à juventude. A escritora do momento, Annie Ernaux, Prémio Nobel da Literatura deste ano, diz numa entrevista que "a literatura deve trabalhar para a justiça e para elevar o pensamento”. Não sei se a literatura "deve trabalhar para”, mas direi que a literatura, como outras artes como a música, a pintura, não somente revelam os indivíduos e as sociedades, como têm o condão e o poder (outra vez o poder) de nos inspirar para sermos melhores connosco e com os outros, o que nos remete para a dimensão da ética, dos valores. E aqui também é necessário referir e sublinhar a estética imanente nas artes, que infelizmente não se ensina e aprende nas escolas – somente quem estuda filosofia ou artes –, que é uma dimensão inerente ao ser humano, que precisa de ser mais explorada, conhecida e valorizada. Falo da estética no geral, como não podia deixar de ser, mas gostaria de destacar a africana, a angolana...         

 

Para quando o próximo trabalho sobre a juventude?

Tão logo tenha as condições para o fazer, e refiro-me a um trabalho de fôlego. Enquanto isso, vou cruzar alguns dados que penso merecerem melhor tratamento e poderem ser interessantes aprofundar e dar a conhecer.

 

Que temas, sobre a juventude, pensa serem candentes?

Candente e urgente é conhecermos as nossas juventudes. Mas destacaria temas e estudos sobre a jovem mulher, a violência no namoro, a criminalidade, os gangues, conhecer os chamados roboteiros (entre os heróis que temos, eles integram essa lista; penso que eles são uns heróis porque aliam força, agilidade e perigo, quando se trata de driblar o trânsito, são uns autênticos resistentes), sobre a geração Z, os adolescentes, os jovens adultos... Para além da juventude, mormente da sociologia da juventude, temos a sociologia urbana e rural e uma panóplia de outras áreas (que não somente da sociologia), e aqui destacaria a problemática do género, da mulher, da família, do (des)emprego, da educação, da saúde, da pobreza, do ambiente, da religião, do racismo (esta questão do cabelo tem muito que se lhe diga), sobre a escola (veja-se o caso da manifestação dos alunos e do professor que clamavam por carteiras, e que terão sido "protegidos” com disparos), a universidade, enfim, um mundo por desbravar de forma sistemática, estruturada e contínua.   

 

E o trabalho sobre a velhice, é para quando?

É um pequeno trabalho que espero conseguir terminar no próximo ano.

 

Mas também escreve ficção...

Este já é outro capítulo que sei não caber nesta entrevista.

 

Enfim... Quem sabe numa próxima... 

Muito fica por dizer... Entretanto, gostaria de terminar dizendo que como vivemos num país cujo poder político é omnipresente, omnipotente e não sei se omnisciente, e não gosta de ouvir vozes discordantes, que não necessariamente dissonantes, não posso deixar de manifestar estranheza por me quererem ouvir. Não sei se será bom, ou mau sinal. Estranho, muito estranho é, seguramente...

 

 

PERFIL

Elisabete Ceita Vera Cruz  docente universitária, investigadora e consultora.

Doutora em Sociologia, Mestre em Antropologia Cultural e Social e Licenciada em Filosofia, tem colaboração dispersa em livros e revistas científicas.

Entre os livros publicados, destacamos "O Estatuto do Indigenato. A legalização da discriminação na colonização portuguesa” (Chá de Caxinde), "Ser Jovem em Angola.

Valores e Identidades dos jovens estudantes universitários” (Chá de Caxinde) e, em co-autoria "Angola 45 Anos: O político, o social, o económico e o cultural - Entre balanços e perspectivas” (Mayamba)

 


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