Da literatura à política, da música às artes plásticas, do sério ao cómico, do sagrado ao profano, do real ao ficcional, os nossos textos terão como substracto Angola, o país e as suas gentes. Queremos nos enriquecer com a experiência de quem divide connosco a existência neste Mundo de hoje, nesta época que nos coube viver. Simbolicamente, procuraremos estabelecer uma ponte com o passado e com aqueles que, não estando já vivos, deixaram um rasto de vida.
quinta-feira, 5 de setembro de 2013
quinta-feira, 25 de julho de 2013
O lado obscuro e a vertigem das redes sociais
A Internet e as suas várias dimensões
Isaquiel Cori
É um facto que as redes sociais, actualmente, são o "carro chefe" da Internet, isto é, constituem o motivo principal dos usuários acederem à Web. Antes já o foram os motores de busca com a sua quantidade quase infinita de informação sobre praticamente todos os tópicos e assuntos.
Isaquiel Cori
É um facto que as redes sociais, actualmente, são o "carro chefe" da Internet, isto é, constituem o motivo principal dos usuários acederem à Web. Antes já o foram os motores de busca com a sua quantidade quase infinita de informação sobre praticamente todos os tópicos e assuntos.
Os
internautas, vezes sem conta, perdiam-se [perdem-se] no meio de tanta
informação, incapazes de fazer as devidas conexões e dar um rumo a tanto saber.
E havia ainda [há] o aspecto da impessoalidade: ao accionar o browser estamos
claramente a lidar com a máquina não apenas como meio mas também como fonte de
informação.
É
o contrário do que acontece com as redes sociais, onde o internauta lida com
pessoas [virtuais], interagindo com elas, colocando questões e obtendo
respostas a mais das vezes em tempo real. As redes sociais são assim o lado
mais humano e humanizante da Internet, na medida em que a principal
característica do ser humano é precisamente a socialização.
Mas
aqui é pertinente colocar as questões: as pessoas com quem lidamos nas redes
sociais são verdadeiramente reais? São mesmo autênticas?
Ou
são máscaras, projecções idealizadas de eus solitários diante do computador? De
gente que sonha e vive contente, amando, sofrendo, lutando, perdendo, ganhando,
caindo, soerguendo-se, gritando, calando, batendo, apanhando, e projecta os
seus sonhos, através do teclado do computador, tablet ou smartphone para a rede
social de que faz parte?
Para
mim, confesso, esse é o lado obscuro das redes sociais e que, não poucas vezes,
me provoca vertigem. Gosto de falar com pessoas de carne e osso, olhá-las nos
olhos, sentir as palavras a saírem-lhes literalmente da boca, acompanhar os
seus gestos ou, pelo menos, se ao telefone, captar as nuances da sua voz.
Quando
leio um post no facebook ou noutra rede social é como se estivesse a ler um romance:
mais do que o autor, visualizo um narrador, um contador de estórias.
terça-feira, 16 de abril de 2013
A Opinião do Escritor João Tala
Processo eleitoral na União dos Escritores Angolanos
Isaquiel Cori
Tem
alguma razão de queixa em relação à forma como está a decorrer o processo
eleitoral?
Está uma campanha bastante desigual e a imprensa não equilibra a vontade das duas listas do mesmo modo. Por exemplo, determinado semanário, muito conhecido no país e não só, fez campanha a favor da Lista A por três semanas consecutivas. Sabemos como isso se processa com negociatas «debaixo da mesa». Mas isso reflete apenas a atitude de uns quantos escritores sempre envolvidos de pensamentos mercantilistas para benefícios próprios e de alguns jornalistas ávidos da "massa". Estou hoje nada fascinado com a mesquinhice que reina na UEA. Muitos confrades consentem miséria ideológica, desunião, clientelismo, a exclusão etc., para que possam acontecer coisas desse género. A campanha da Lista A começou muito antes da realização da Assembleia que fixaria o início a 01 de Abril e isso já me deixa intrigado. Há também o facto autoconsumista, com dispêndio de fundos da UEA à campanha própria por parte da actual direcção, cedendo apenas valor irrisório à lista oponente.
A Lista B parte de uma experiência que é o trabalho com o escritor, é a valorização da escrita literária como contributo ao património cultural. Fóruns como o I Encontro Internacional de Literatura Angolana, realizado em 1987, a instituição de prémios literários como o "Prémio pelo Conjunto da Obra" e outros, a promoção de tertúlias na casa dos escritores estariam acima do mercantilismo aproveitacionista, devolvendo-nos o conforto das Ideias, curtindo a nata do pensamento que faz o escol em Angola.
Tem a convicção de que a vitória da lista B está garantida?
Não me falta a convicção de que a UEA deve mudar uma série de aspectos. Apesar da surpresa que constitui a quebra rotineira das unanimidades, as duas listas estão em condições de ganhar ou não. Não antecipo nada para ninguém porque até ainda estou gratamente em campaha pela Lista B e os outros também estarão a fazer a sua.
Isaquiel Cori
Três perguntas ao escritor João Tala, a
propósito do processo para eleição dos novos corpos sociais da União dos Escritores
Angolanos. Tala é um dos inspiradores da candidatura da Lista B, liderada por
António Gonçalves.
Está uma campanha bastante desigual e a imprensa não equilibra a vontade das duas listas do mesmo modo. Por exemplo, determinado semanário, muito conhecido no país e não só, fez campanha a favor da Lista A por três semanas consecutivas. Sabemos como isso se processa com negociatas «debaixo da mesa». Mas isso reflete apenas a atitude de uns quantos escritores sempre envolvidos de pensamentos mercantilistas para benefícios próprios e de alguns jornalistas ávidos da "massa". Estou hoje nada fascinado com a mesquinhice que reina na UEA. Muitos confrades consentem miséria ideológica, desunião, clientelismo, a exclusão etc., para que possam acontecer coisas desse género. A campanha da Lista A começou muito antes da realização da Assembleia que fixaria o início a 01 de Abril e isso já me deixa intrigado. Há também o facto autoconsumista, com dispêndio de fundos da UEA à campanha própria por parte da actual direcção, cedendo apenas valor irrisório à lista oponente.
O
que tem a acrescentar ao programa eleitoral da lista B em circulação?
A Lista B parte de uma experiência que é o trabalho com o escritor, é a valorização da escrita literária como contributo ao património cultural. Fóruns como o I Encontro Internacional de Literatura Angolana, realizado em 1987, a instituição de prémios literários como o "Prémio pelo Conjunto da Obra" e outros, a promoção de tertúlias na casa dos escritores estariam acima do mercantilismo aproveitacionista, devolvendo-nos o conforto das Ideias, curtindo a nata do pensamento que faz o escol em Angola.
Tem a convicção de que a vitória da lista B está garantida?
Não me falta a convicção de que a UEA deve mudar uma série de aspectos. Apesar da surpresa que constitui a quebra rotineira das unanimidades, as duas listas estão em condições de ganhar ou não. Não antecipo nada para ninguém porque até ainda estou gratamente em campaha pela Lista B e os outros também estarão a fazer a sua.
Tudo a postos para o pleito eleitoral na UEA
Amélia Dalomba, presidente da Comissão Eleitoral
Isaquiel
Cori
Até ao dia 18 decorre a campanha eleitoral, com os candidatos a movimentarem-se e a divulgarem os respectivos programas.
Amélia Dalomba, presidente da Comissão Eleitoral, disse que todo o processo está a decorrer “com imensa tranquilidade”.
“O nosso trabalho é estabelecer consensos e equilíbrios e estamos a encontrar bastante colaboração entre os candidatos. Não temos nenhuma situação que lese os estatutos”, referiu.
A escritora garantiu que “os preceitos democráticos e estatutários estão presentes no processo e estarão presentes no pleito eleitoral”.
Disse esperar que a campanha eleitoral continue a decorrer com transparência e civismo e que cada um dos concorrentes “cuide do respeito pelo prestígio e a memória da instituição”.
Deu a conhecer que está previsto pelo menos um debate entre os cabeça de lista, em data por acertar, na Rádio Nacional.
Fazem igualmente parte da Comissão Eleitoral os poetas António Panguila e Nok Nogueira e um representante de cada uma das listas concorrentes. O resultado da eleição é conhecido no dia 20 e os órgãos eleitos tomam posse no dia 28.
A UEA, fundada a 10 de Dezembro de 1975, congrega a grande maioria dos escritores angolanos. As suas acções estendem-se pelas vertentes associativa e editorial. O incentivo à escrita e a promoção do livro, da literatura e da leitura são as suas principais actividades.
***
Programa
da Lista A
Trazer a público
novos talentos literários
O
programa prevê fortalecer as capacidades internas, para melhor responder e servir
os seus membros e a sociedade. Estabelece como linhas estratégicas para os
próximos três anos o reforço da capacidade, imagem e relações institucionais; a
promoção e divulgação da literatura angolana e a identificação e promoção de
novos talentos.
O
secretariado executivo, refere o documento, levará a cabo acções de capacitação
dos quadros internos sobre estratégias de realização e produção de programas
culturais e estabelecimento de protocolos de parceria com diversas instituições
(internas e externas).
É
garantido que a comissão directiva procurará mobilizar e proporcionar espaços e
meios para divulgação das obras dos membros dentro e fora do país e trabalhar-se-á
na descoberta de novos talentos, tornando-os públicos com vista a incentivar a
juventude ao gosto pela escrita e leitura.
A
Lista A impõe-se como missão assegurar a promoção e divulgação da literatura
angolana dentro e fora do país; defender os interesses dos membros da UEA e trazer
a público os novos talentos da literatura angolana.
A
meta é tornar cada vez mais a UEA uma referência incontornável na literatura
angolana, contribuindo na promoção, divulgação e conservação da história
angolana, sobretudo no domínio cultural. É igualmente fazer da UEA um espaço de
partilha entre escritores, baseados nos princípios da solidariedade,
transparência, unidade e responsabilidade social.
De
modo específico, os candidatos da Lista A pretendem aumentar os níveis de produção e venda de títulos (livros) durante
os próximos três anos; proporcionar mais
espaços de debate, troca de experiências e divulgação das obras dos membros da
UEA dentro e fora do país; e reforçar e criar novas parcerias com instituições
nacionais e internacionais, estabelecendo protocolos de parceria nos vários domínios
da promoção e divulgação da literatura angolana.
Pretendem
também incentivar o gosto pela leitura e a escrita no seio dos jovens e
melhorar a capacidade de prestação de contas e as condições da UEA para prestar serviços públicos.
O
documento refere que, a ser eleita, a Lista A vai bater-se pela mobilização de meios para a produção
de mais de 60 títulos dos membros da UEA a nível interno e externo, o estabelecimento
de protocolos de parceria com Universidades e livrarias e por uma maior tradução
da literatura angolana nas línguas estrangeiras mais influentes (inglês,
francês, espanhol, italiano e alemão).
Vai
realizar a Feira Internacional do Livro da UEA, com periodicidade anual, o
Grande Prémio de Literatura da UEA, com carácter bianual, lançar o Prémio António de Assis Júnior, revitalizar o
Prémio Quem Me Dera Ser Onda e institucionalizar os prémios Alda Lara e Eugénio
Ferreira, este especificamente no campo da crítica literária.
Com
a Lista A, é prometido no seu programa, a literatura angolana passará a estar representada
nos eventos literários internacionais, serão levadas “biblioteca e leitura” às principais
unidades prisionais do país e publicitadas as obras literárias nos meios de
transportes públicos e privados.
Serão
feitas parcerias com a comunicação social para a promoção e divulgação da
literatura angolana, realizados eventos culturais tais como a comemoração dos
50 anos de lançamento do livro “Luuanda”, do escritor Luandino Vieira, e a
Semana Africana na Universidade de Coimbra, em
Portugal.
Do programa consta igualmente a realização de um Seminário
Internacional de Literatura sobre Guerra e Paz, um encontro nacional de
escritores, a participação em feiras internacionais do livro e encontros de
confraternização durante os aniversários da UEA.
O projecto de liderança de Carmo Neto para os próximos três anos
inclui a recolha e selecção de novos potenciais parceiros para apoiar a
promoção e divulgação da literatura angolana, a promoção de bibliotecas junto
dos estabelecimentos escolares, formação e debate sobre crítica literária e o estabelecimento
de protocolos com o Ministério da Educação para que nas escolas, a todos os
níveis, seja obrigatório o estudo da literatura angolana e a divulgação dos
escritores angolanos.
É prometida a avaliação interna e externa das contas da UEA e
garantido o apoio à assistência médica e medicamentosa dos membros da UEA e
pessoal administrativo.
O
lema da campanha da Lista A é: “Unidos na União”.
***
Programa da Lista B
Influenciar
linhas de pesquisa universitárias
O
programa da Lista B, segundo os seus mentores liderados pelo escritor António
Gonçalves, é “inspirado nos grandes ideais que nortearam o surgimento da
Geração da Mensagem (1948) e dos intelectuais precedentes, imortalizados no
livro ‘Voz de Angola clamando no deserto’ (1801), primeiros pensadores
angolanos e fundadores da nossa Literatura nacional”.
A
intenção da Lista B, segundo o preâmbulo do seu programa, é “colmatar inúmeras
lacunas existentes no funcionamento actual da maior e mais antiga associação de
escritores em Angola”.
Noutra
vertente, é referido que se pretende “reclamar a maior adaptação da UEA aos
novos tempos, projectar um futuro rico em inovações, mas sem esquecer a história
do Povo Angolano e dos seus Heróis”. É igualmente projectado “recuperar o
protagonismo perdido pela UEA como elemento ‘chave’ da sociedade civil e restaurar
o orgulho de ser escritor-membro desta prestigiada associação”.
Concretamente,
o programa da Lista B consiste em negociar um seguro para todos os escritores
necessitados, organizar, em 2014, um colóquio em homenagem ao 90º aniversário
natalício de António Jacinto (28 de
setembro de 1924 — 23 de Junho de 1991), membro fundador da UEA e um dos
grandes da literatura nacional e apoiar, em 2014, a segunda Edição da
Bienal Internacional de Poesia de Luanda.
É
pleiteada a organização, em 2015, da segunda edição do Encontro Internacional
sobre Literatura Angolana, a consolidação do projecto editorial da UEA e o
fortalecimento, de forma contínua, da publicação e divulgação de livros.
É
referida a intenção de retomar a divulgação do Concurso Primeiro Livro, para os
novos autores em todo o território nacional, a criação do Prémio UEA para o
conjunto da obra de um escritor angolano, a ser entregue no dia 10 de Dezembro,
em conjunto com o Prémio Primeiro Livro.
É
proposta a criação de uma comissão para pesquisar e sugerir a instituição do Dia
do Escritor Angolano, a publicação da gazeta Lavra & Oficina, com
periodicidade mensal, e a promoção de encontros nacionais de escritores, com
cada edição numa província e o apoio do executivo local.
A
liderança de António Gonçalves propõe-se a organizar, em cada dois anos ou
sempre que as condições permitirem, um festival internacional de poesia de
Angola com a presença de poetas do mundo, “com destaque aos nossos irmãos
africanos”, revitalizar os acordos já
assinados pela UEA e reforçar os laços privilegiados com as diferentes associações
de escritores da CPLP e de países como África do Sul, Congos, Zâmbia, Namíbia e
da América Latina.
A
Lista B promete criar programas de Oficinas de Escrita Criativa dirigidos
especialmente a jovens, com a colaboração de especialistas de Angola, Cuba,
Portugal e Brasil, proporcionar condições para a construção da Casa do
Escritor, que, com os devidos apetrechamentos, servirá também para albergar
personalidades estrangeiras convidadas pela UEA.
No
seu projecto de gestão António Gonçalves, que se faz acompanhar pelo poeta João
Maimona, proposto a presidente da mesa da Assembleia Geral, inscreve a produção
de um programa, em formato televisivo e adequado ao radiofónico, para a
divulgação e discussão da literatura e suas implicações na sociedade e o
desenvolvimento de um projecto que permita manter convénios com instituições do
ensino superior vocacionadas para o ensino de literatura, estimulando e influenciando
as suas linhas de pesquisa.
É
também referida a ideia de revitalizar os concursos infanto-juvenis e a sua
extensão a escolas em todas as províncias.
Nas
províncias onde as condições o permitam deverão ser criados núcleos provinciais da UEA, com o apoio do
Executivo local através da direcção provincial da Cultura.
Serão
organizados encontros de confraternização entre escritores, para estimular as
tertúlias, tendo como convidadas personalidades de destaque da vida
sócio-cultural do país, bem como visitas turísticas a locais históricos e
culturais espalhados pelo país, em companhia de personalidades nacionais e
estrangeiras.
Finalmente,
o programa da Lista B promete redefinir os critérios de atribuição da bolsa de
criação literária, estabelecer um acordo com a coordenação das Mediatecas, de
modo a ter-se em conta a divulgação e promoção dos livros dos escritores angolanos
e estabelecer acordos com instituições culturais sediadas no país e no exterior.
“Competência,
Responsabilidade e Solidariedade. Por uma União ao Serviço dos Escritores, da
Cultura e da Nação” é o lema adoptado pela campanha de António Gonçalves.
domingo, 31 de março de 2013
As nuances do 1 de Abril, o Dia das Mentiras
Onde se fala de mentiras “inocentes” e “sérias”
Sim e não. Branco e preto. Grande e pequeno. Bom e mau. Alto e baixo. Verdade e mentira... É assim que, na generalidade, o senso comum tende a pintar o mundo, como se a vida fosse uma pobre moeda de duas faces. Pepetela, no seu celebrado romance, “Mayombe”, introduz, entre o sim e o não, a questão do talvez. E entre a verdade e a mentira?
Crescemos a ouvir, e agora dizemos aos nossos filhos, que mentir é muito feio. E que mais vale dizer a verdade, seja em que circunstância for. Mas, como na história bíblica, por analogia, diante da pecadora, quem nunca mentiu, que atire a primeira pedra.
“De quando em vez, uso umas mentirinhas. Por exemplo, às vezes digo aos meus filhos que vamos passear a um determinado lugar e acabamos por não ir”. Tratam-se de mentiras “inocentes”, “sem consequências de maior”, na óptica de Rosa Gracieth, 39 anos. Para lá desse tipo de mentira, ela distingue outro, “mais sério”: “Há aquela mentira que chega a ser um roubo. Por exemplo, alguém vende-te um produto por dois mil kwanzas, quando o seu preço verdadeiro é mil. Mais do que mentira, isso é um roubo”.
Leonilda Damião, 32 anos, é igualmente de opinião que existem mentiras “inocentes”, “toleráveis”: “De quando em vez, quando quero uma coisa do meu esposo, minto, e, ao fim e ao cabo, descubro certas verdades. Quando a mentira não é destrutiva mas saudável, ela contribui para uma boa relação”.
Mentiras afectivas?, interrogamo-nos nós.
Definitivamente, há gradações no mentir. Mentiras “inocentes”. Mentiras “sérias”. Se aquelas são parte íntima do jogo saudável das relações humanas (nesta acepção, podem ser expressas pelos verbos “estigar”, reinar, caçoar, brincar) já estas podem ter efeitos danosos. “Quando alguém me mente sinto-me muito zangada. É triste e frustrante. Perco logo a confiança nessa pessoa”, exclama Leonilda Damião.
“Sinto-me decepcionado, sobretudo se o mentiroso for alguém que convive comigo. Encaro essa mentira como um acto de traição”, acrescenta Adriano Makuéria, 38 anos.
“A mentira, para ser saudável, tem de ter limite. A pessoa que mente tem de saber que não vai prejudicar ninguém”, opina Gina Lopes (não quis dizer a idade), sub-directora pedagógica da escola primária 6.014. “Num desses 1 de Abril, alguém ligou-me a dizer que um amigo morreu. A notícia espalhou-se e até chegou a formar-se óbito, quando na verdade o tal amigo estava bem vivo e a dar as suas voltas. Senti-me muito transtornada e ofendida”, revela.
Gina Lopes acrescenta o fenómeno da mentira aos males que vêem sendo observados e recenseados na sociedade angolana. “Em Angola mente-se muito, tanto a nível das figuras públicas como das outras. Tendem a dizer que podem, quando na verdade não podem. Muitos jovens, quando querem conquistar uma rapariga, fruto da pobreza em que vivem, fazem-se passar por alguém que não são. E agora, com o uso generalizado dos telemóveis, as pessoas tornaram-se muito mais mentirosas”.
Porventura também mente-se por caridade? Por amor?
“Sim”, afirma Leonilda Damião. “Há quem, diante de um defeito do companheiro, para não magoá-lo, prefere mentir”.
Entre homens e mulheres, em Angola, quem mais tende a mentir? À falta de estatísticas, que nos dariam um quadro objectivo do problema, contentamo-nos a colher a opinião dos nossos interlocutores. “Acredito que haja um equilíbrio. Todo o ser humano está sujeito a mentir”, diz Gina Lopes.
Adriano Makuéria é mais contudente: “As mulheres mentem mais. Veja que raramente elas aceitam dizer a sua idade ou, se trabalham, o salário que auferem”.
“Os homens mentem muito mais. Vejo mais seriedade nas mulheres”, defende Casimiro Morais, 40 anos.
Na escala de graduação da mentira há que mencionar aquela que está associada ao maravilhoso, à fábula, ao sonho. Este é o mundo, por excelência, da literatura, da ficção. “O escritor mente para fazer passar a sua mensagem. Ele é um educador, já que tenta criar uma mentalidade nova. O escritor pode recorrer a personagens fictícias para, digamos assim, salvar a sociedade”, refere Timóteo Ulika (pseudónimo literário do historiador Cornélio Caley).
A perspectiva jurídica
Segundo Lazarino Poulson, advogado, não existe mentira legítima. “A mentira é sempre um engano”, afirma. “Eventualmente, a mentira pode ser admissível no âmbito do trato, da cortesia, mas nunca na esfera jurídica. Aliás, há crimes que têm na sua base a mentira. São os casos dos crimes de burla, de peculato, de abuso de confiança e de falsificação”.
Na óptica do advogado, nem mesmo o Dia das Mentiras pode servir de desculpa para mentiras danosas. “Imagine que no dia 1 de Abril alguém desperte um alarme de bomba num aeroporto. Isso pode provocar pânico e daí danos materiais e outros. A esse indivíduo deverão ser imputadas responsabilidades civis e criminais. Quando a mentira provoca danos ou afecta os nossos direitos, ela é muito perniciosa”.
A classe profissional que mais mente, na percepção de Lazarino Poulson, é a das secretárias. Seguem-se-lhe, por esta ordem, a dos políticos, dos advogados e dos jornalistas.
O jurista Noé Filho esclarece que, juridicamente, uma mentira pode redundar num falso testemunho, quando “um indivíduo faz um depoimento contrário à verdade por ele conhecida”. Noé Filho menciona também a figura da simulação, no âmbito do direito civil, “quando alguém pretende realizar um negócio mas age de forma diferente, como se o não quisesse realizar”.
O jurista elucida que, em Direito, a acção consiste em fazer ou em não fazer. “Logo, também pode-se mentir por omissão”.
Ele reconhece que, por razões profissionais, os advogados podem ser obrigados a mentir... por omissão. “Pelo sigilo profissional, os advogados não têm a obrigação de narrar certos factos concernentes à situação dos seus clientes. Eles não podem, no tribunal, dizer algo que possa prejudicar os seus clientes”.
Noé Filho admite que se possa mentir no dia 1 de Abril. “Há mentiras grosseiras, aquelas que, pelo modo como são ditas, não têm a possibilidade de encontrar qualquer crédito. Essas são as mentiras toleráveis no Dia das Mentiras. Já as mentiras mais refinadas, aquelas que são ditas no sentido de produzir um efeito contrário à realidade ou para conseguir um proveito ou para que as pessoas tenham um determinado comportamento, não são, de modo nenhum, toleráveis”.
Isaquiel Cori
Sim e não. Branco e preto. Grande e pequeno. Bom e mau. Alto e baixo. Verdade e mentira... É assim que, na generalidade, o senso comum tende a pintar o mundo, como se a vida fosse uma pobre moeda de duas faces. Pepetela, no seu celebrado romance, “Mayombe”, introduz, entre o sim e o não, a questão do talvez. E entre a verdade e a mentira?
Crescemos a ouvir, e agora dizemos aos nossos filhos, que mentir é muito feio. E que mais vale dizer a verdade, seja em que circunstância for. Mas, como na história bíblica, por analogia, diante da pecadora, quem nunca mentiu, que atire a primeira pedra.
“De quando em vez, uso umas mentirinhas. Por exemplo, às vezes digo aos meus filhos que vamos passear a um determinado lugar e acabamos por não ir”. Tratam-se de mentiras “inocentes”, “sem consequências de maior”, na óptica de Rosa Gracieth, 39 anos. Para lá desse tipo de mentira, ela distingue outro, “mais sério”: “Há aquela mentira que chega a ser um roubo. Por exemplo, alguém vende-te um produto por dois mil kwanzas, quando o seu preço verdadeiro é mil. Mais do que mentira, isso é um roubo”.
Leonilda Damião, 32 anos, é igualmente de opinião que existem mentiras “inocentes”, “toleráveis”: “De quando em vez, quando quero uma coisa do meu esposo, minto, e, ao fim e ao cabo, descubro certas verdades. Quando a mentira não é destrutiva mas saudável, ela contribui para uma boa relação”.
Mentiras afectivas?, interrogamo-nos nós.
Definitivamente, há gradações no mentir. Mentiras “inocentes”. Mentiras “sérias”. Se aquelas são parte íntima do jogo saudável das relações humanas (nesta acepção, podem ser expressas pelos verbos “estigar”, reinar, caçoar, brincar) já estas podem ter efeitos danosos. “Quando alguém me mente sinto-me muito zangada. É triste e frustrante. Perco logo a confiança nessa pessoa”, exclama Leonilda Damião.
“Sinto-me decepcionado, sobretudo se o mentiroso for alguém que convive comigo. Encaro essa mentira como um acto de traição”, acrescenta Adriano Makuéria, 38 anos.
“A mentira, para ser saudável, tem de ter limite. A pessoa que mente tem de saber que não vai prejudicar ninguém”, opina Gina Lopes (não quis dizer a idade), sub-directora pedagógica da escola primária 6.014. “Num desses 1 de Abril, alguém ligou-me a dizer que um amigo morreu. A notícia espalhou-se e até chegou a formar-se óbito, quando na verdade o tal amigo estava bem vivo e a dar as suas voltas. Senti-me muito transtornada e ofendida”, revela.
Gina Lopes acrescenta o fenómeno da mentira aos males que vêem sendo observados e recenseados na sociedade angolana. “Em Angola mente-se muito, tanto a nível das figuras públicas como das outras. Tendem a dizer que podem, quando na verdade não podem. Muitos jovens, quando querem conquistar uma rapariga, fruto da pobreza em que vivem, fazem-se passar por alguém que não são. E agora, com o uso generalizado dos telemóveis, as pessoas tornaram-se muito mais mentirosas”.
Porventura também mente-se por caridade? Por amor?
“Sim”, afirma Leonilda Damião. “Há quem, diante de um defeito do companheiro, para não magoá-lo, prefere mentir”.
Entre homens e mulheres, em Angola, quem mais tende a mentir? À falta de estatísticas, que nos dariam um quadro objectivo do problema, contentamo-nos a colher a opinião dos nossos interlocutores. “Acredito que haja um equilíbrio. Todo o ser humano está sujeito a mentir”, diz Gina Lopes.
Adriano Makuéria é mais contudente: “As mulheres mentem mais. Veja que raramente elas aceitam dizer a sua idade ou, se trabalham, o salário que auferem”.
“Os homens mentem muito mais. Vejo mais seriedade nas mulheres”, defende Casimiro Morais, 40 anos.
Na escala de graduação da mentira há que mencionar aquela que está associada ao maravilhoso, à fábula, ao sonho. Este é o mundo, por excelência, da literatura, da ficção. “O escritor mente para fazer passar a sua mensagem. Ele é um educador, já que tenta criar uma mentalidade nova. O escritor pode recorrer a personagens fictícias para, digamos assim, salvar a sociedade”, refere Timóteo Ulika (pseudónimo literário do historiador Cornélio Caley).
A perspectiva jurídica
Segundo Lazarino Poulson, advogado, não existe mentira legítima. “A mentira é sempre um engano”, afirma. “Eventualmente, a mentira pode ser admissível no âmbito do trato, da cortesia, mas nunca na esfera jurídica. Aliás, há crimes que têm na sua base a mentira. São os casos dos crimes de burla, de peculato, de abuso de confiança e de falsificação”.
Na óptica do advogado, nem mesmo o Dia das Mentiras pode servir de desculpa para mentiras danosas. “Imagine que no dia 1 de Abril alguém desperte um alarme de bomba num aeroporto. Isso pode provocar pânico e daí danos materiais e outros. A esse indivíduo deverão ser imputadas responsabilidades civis e criminais. Quando a mentira provoca danos ou afecta os nossos direitos, ela é muito perniciosa”.
A classe profissional que mais mente, na percepção de Lazarino Poulson, é a das secretárias. Seguem-se-lhe, por esta ordem, a dos políticos, dos advogados e dos jornalistas.
O jurista Noé Filho esclarece que, juridicamente, uma mentira pode redundar num falso testemunho, quando “um indivíduo faz um depoimento contrário à verdade por ele conhecida”. Noé Filho menciona também a figura da simulação, no âmbito do direito civil, “quando alguém pretende realizar um negócio mas age de forma diferente, como se o não quisesse realizar”.
O jurista elucida que, em Direito, a acção consiste em fazer ou em não fazer. “Logo, também pode-se mentir por omissão”.
Ele reconhece que, por razões profissionais, os advogados podem ser obrigados a mentir... por omissão. “Pelo sigilo profissional, os advogados não têm a obrigação de narrar certos factos concernentes à situação dos seus clientes. Eles não podem, no tribunal, dizer algo que possa prejudicar os seus clientes”.
Noé Filho admite que se possa mentir no dia 1 de Abril. “Há mentiras grosseiras, aquelas que, pelo modo como são ditas, não têm a possibilidade de encontrar qualquer crédito. Essas são as mentiras toleráveis no Dia das Mentiras. Já as mentiras mais refinadas, aquelas que são ditas no sentido de produzir um efeito contrário à realidade ou para conseguir um proveito ou para que as pessoas tenham um determinado comportamento, não são, de modo nenhum, toleráveis”.
NA – Este texto foi originariamente publicado aqui em 23 de Agosto de 2009.
Republico-o por achá-lo perfeitamente actual.
domingo, 24 de março de 2013
MULHERES: ESSAS DESCONHECIDAS...
Isaquiel Cori
Já em 1858, um eminente pensador, M. De Ponsan, no seu livro “História
Filosófica e Médica da Mulher”, escrevia: a mulher “é um ser multiforme;
autêntica Proteia, muda de aspecto sob os nossos olhos, segundo as paixões que
nos animam: é o céu, é o inferno, é um anjo, um demónio, o dia, a noite, a paz,
a guerra, o amor, o ódio, a beleza, a feieza, uma graça, uma fúria; é sempre
ela, sempre a mesma, sempre una e sempre múltipla: una em relação a ela,
múltipla em relação a nós, cujas paixões são várias. E como é feita para as
nossas paixões, se a quisermos julgar sem paixão escapa-nos, nunca mais a
encontramos”.
Trata-se evidentemente de um olhar e de um discurso masculino sobre a
mulher.
Hoje, em pleno século XXI, a mulher continua a concitar a admiração dos
homens, ao mesmo tempo que continua por eles incompreendida. Ela é um mistério
nunca desvendado, uma fruta saborosa de que se desfruta mas que nunca é
verdadeiramente possuída…
… Cá estamos nós, também, a incorrer nos estereótipos do discurso masculino
sobre a mulher...
Décadas de luta e de conquista dos seus direitos cívicos, políticos,
económicos e sociais, transformaram a mulher hoje num ser dotado de uma visão e
de um discurso próprios.
Cantada na música e na poesia, exaltada nas artes, ela hoje não só canta-se
e exalta-se a si própria, mas também estende o seu olhar em redor e dá corpo a
uma visão própria do mundo, da vida, e até mesmo do homem, a partir de uma
sensibilidade ‘diferente’.
De tal modo que alguns estudiosos da cultura chegam a falar numa música,
numa poesia e numa arte, em geral, ‘feminina’.
A noção de ‘sexo fraco’ há muito deixou de fazer sentido, tal como a noção
implícita de ‘sexo forte’: descobertas científicas atestam realmente a
existência de algumas diferenças fisiológicas e ao nível do funcionamento do
cérebro, entre homens e mulheres, mas nada que aponte para uma pretensa
superioridade de um sexo sobre outro. No fundo essas diferenças resultam tão
somente em sensibilidades e percepções específicas, que definem, afinal, o
homem e a mulher.
Entretanto, a afirmação integral da mulher, em todo o mundo, ainda é uma
meta por alcançar. Apesar de já existir uma numerosa élite de mulheres
competentes, bem formadas técnica e academicamente, elas continuam
essencialmente à margem dos centros de poder e de decisão.
Aqui não se trata já, tão somente, de uma questão de discriminação das
mulheres, mas de uma questão mais global de défice dos direitos humanos, pois
as mulheres constituem mais de 50 por cento da população mundial. E em se
tratando de desenvolvimento humano, nas suas componentes política, económica,
social e cultural, a marginalização das mulheres revela-se absurda e um factor
de entrave para esse mesmo desenvolvimento.
À medida em que mais e mais contingentes de mulheres acederem a níveis de
educação cada vez mais elevados e livrarem-se da pobreza, e à medida, também,
em que mais e mais homens libertarem-se das amarras do preconceito, estamos
certos, a igualdade de género, que será sempre uma meta e nunca um fim em si
mesmo, uma igualdade baseada no justo reconhecimento do mérito e não obtida à
força de discriminação, positiva ou negativa, será uma realidade.
terça-feira, 8 de janeiro de 2013
A força e o poder da fé erguem um novo templo
- Igreja
Metodista Unida de António Rocha
Isaquiel Cori Google+
A
convite de Joca da Costa, presidente da junta administrativa, estive, num
domingo recente, no culto da Igreja Metodista de António Rocha, no bairro Golfe
1. Foi a segunda vez que lá estive.
A
primeira foi há cerca de dez anos e encontrei então uma igreja a funcionar
numas instalações precárias de pau-a-pique. Algumas paredes pareciam ir cair a
qualquer momento. Os crentes amontoavam-se num espaço pequeno com pouca
circulação de ar e ao longo de todo o culto jamais largavam os lenços com que
tentavam enxugar o calor do rosto.
A
igreja de António Rocha serve uma comunidade que se estende do Golfe ao bairro
Popular, maioritariamente de origem camponesa. Como em todas as igrejas
angolanas, as mulheres são o motor da igreja, são elas que dinamizam as
principais actividades. Ao longo da semana, pude informar-me então, elas iam às
suas lavras nos arredores de Luanda, para regressarem à sexta-feira e então irem
ao domingo assistir ao culto. Os seus filhos compunham a sociedade de jovens e
davam as suas vozes ao grupo coral da igreja. Muitos desses jovens acabavam por
namorar e casar com companheiros da igreja.
No
domingo recente em que estive na Igreja de António Rocha constatei, diria
incrédulo se não estivesse no interior da igreja, que a junta administrativa da
igreja, agora composta em grande parte pelos filhos das mamãs camponesas,
muitos dos quais adquiriram a formação
universitária, liderados pelo pastor Calenji, deitou abaixo o “edifício” de
pau-a-pique e ergueu uma igreja digna desse nome, toda ela em cimento armado,
com assentos no rés do chão e no primeiro andar. A arte decorativa no interior,
ainda inacabado, em nada fica a dever aos lugares de culto situados em
comunidades mais abastadas.
Há
dez anos a igreja, em termos arquitectónicos, estava perfeitamente inserida no
seu meio: a maioria das casas em redor era de pau-a-pique ou madeira, com
quintais de chapas de zinco. Com o tempo as casas em redor passaram a ser de
blocos de cimento, tal como os quintais: nesse cenário, a igreja de pau-a-pique
parecia uma relíquia. Hoje, com o seu magnificente edifício, a Igreja de
António Rocha sobressai no bairro, onde é o seu “farol” arquitectónico, a
referência das referências.
Ao
longo do culto pude aperceber-me que o mosaico sociológico da comunidade de António Rocha é
basicamente o mesmo de há dez anos, mas com uma franja mais alargada e activa
de jovens conscientes do seu papel de baluartes da igreja. As mamãs e os papás
camponeses estão cansados e muitos deles desiludidos com as desapropriações das
suas lavras que deram lugar à construção de bairros residenciais, fábricas, o
novo aeroporto e outros empreendimentos. Alguns dos papás e mamãs que eu há dez
anos vira cheios de vigor e saúde a cantar e a dançar hoje ainda cantam e
dançam mas estão visivelmente velhos, cansados e até mesmo doentes. Todavia, é
visível nos seus olhos o brilho aceso pela fé e o orgulho de terem participado da obra de
construção do novo templo. E pelo facto de verem os filhos a erguer o
testemunho da igreja.
Durante
muito tempo reflecti sobre a força da fé e da igreja e do quanto as pessoas
podem ser levadas a fazer boas obras em prol da comunidade, independentemente da
sua condição social. A obra monumental da nova igreja de António Rocha foi
feita com dinheiro arrecadado nos cultos. Tostão a tostão, kwanza a kwanza, as
contribuições de cada um dos crentes e eventuais visitantes permitiram a
concretização do sonho: uma igreja nova, moderna, digna dos crentes mas,
sobretudo, do próprio Deus que eles adoram.
Ao
sair daquele culto dominical renovei a minha fé em Deus e na capacidade que Ele
tem de inspirar os homens a juntos fazerem coisas boas.
Subscrever:
Mensagens (Atom)