terça-feira, 27 de abril de 2021

ESCRITOR F. TCHICONDO “No futuro também haverá sociedades de conflito”



F. Tchikondo, pseudónimo literário de Francisco Queirós, o actual ministro da Justiça e Direitos Humanos, acaba de lançar (22/12) o romance “O Império Kassitur na Dinastia Sekele”, uma ficção no verdadeiro sentido da palavra, pois narra, em grande parte, uma sociedade ainda inexistente e, que, convenhamos, mesmo que não venha a existir poderia ter existido... O livro, que conta com um prefácio assinado pelo romancista Boaventura Cardoso, tem a chancela editorial da União dos Escritores Angolanos. O Jornal de Angola foi ao encontro de F. Tchikondo e com ele teve a conversa que a seguir se transcreve

 

Isaquiel Cori

 

F. Tchikondo trata-se de pseudónimo ou de heterónimo?

É nome mesmo, da minha avó que se chamava Albertina Tchikondo. Uso o nome Tchikondo não apenas para a homenagear, porque ela teve uma influência muito grande na minha educação, mas também porque as autoridades coloniais portuguesas não a registaram com esse nome. Aliás, nem registaram o meu pai como filho dela, o que é muito estranho, são atitudes coloniais inexplicáveis. O meu pai é filho de mãe incógnita. Então uma maneira de tornar o nome da minha avó conhecido foi passar a usar o nome dela como meu pseudónimo literário.

 

Como é que o romance “O Grande Império Kassitur na Dinastia Sekele” começou na sua cabeça? Surge primeiro como uma história, com os personagens a ganharem contorno, ou como uma tese?

Surge de uma preocupação. Nós temos uma determinada realidade, económica sobretudo, que tem as suas características próprias... Tem uma informalidade que me preocupa, porque a forma como estamos a geri-la pode perpetuá-la em vez de a combatermos. Fiz o mestrado em ciências jurídico-económicas e a minha tese, que aliás está publicada, foi exactamente sobre economia informal. Isso trouxe-me algumas preocupações, saber como será a economia daqui pra frente, como é que Angola com estas características económicas se poderá transformar numa Angola altamente desenvolvida economicamente, por um lado. Por outro, como é que as pessoas que vivem neste ambiente económico conseguem desenvolver a sua actividade empresarial e atingir níveis elevados de sucesso ao ponto de poderem criar verdadeiros impérios económicos. Então imaginei a história de um angolano normal, um cidadão que aos 9 anos fica órfão de pai e mãe, que morreram numa mina. Ele e a irmã salvaram-se, ele fica praticamente abandonado no mundo, aqui em Luanda torna-se menino de rua e passa pelas vicissitudes todas. A adolescência dele também é muito caracterizada pela vida na rua, tal como a juventude. É na juventude que ele começa a lutar para conseguir uma vida melhor. Entretanto tem uma relação com a mulher, com quem tem uma filha. A sua preocupação passa a ser dar uma boa vida à filha. Então começa a tentar ter sucesso económico...

 

... Não vamos contar a história aos leitores potenciais, deixemos que leiam o livro. O Império Kassitur é uma empresa, ou melhor, um grupo empresarial. Qual é o objecto social da Kassitur?

É um grupo empresarial de muito sucesso. O seu objecto principal é o turismo. Kassinda Sekele fundou a empresa com base no nome dele e no objecto social. A aglutinação de Kassinda e Turismo dá Kassitur. A empresa depois tem um sucesso enorme na conjuntura em que ele viveu, de 1992 pra frente.

 

A narrativa, pelo artifício adoptado pelo autor, é feita em 2170. Pressupõe-se que em Angola se terá chegado a uma sociedade em que a democracia funciona sem partidos políticos, substituídos por empresas. É este o sonho que o escritor tem para a sociedade angolana daqui a 150 anos?

Não diria um sonho. Talvez uma projecção da Angola que existirá dentro de 150 anos. Aliás, há três perguntas a que tento dar resposta através desta narrativa. A primeira é como será Angola daqui a 150 anos, a segunda é como chegaremos a essa Angola e a terceira como as pessoas que viverão daqui a 150 anos olharão para nós que vivemos agora. É um exercício que implicou usar a ficção científica para explicar os avanços tecnológicos e científicos que acontecerão necessariamente. Mas também foi necessário usar a imaginação para, partindo dessa realidade, da tal economia muito informalizada, etc., como é que a economia poderá tornar-se altamente desenvolvida, mas também como é que evoluirão os outros aspectos sociológicos, como é que a vida será do ponto de vista dos relacionamentos conjugais. Por exemplo, hoje já se nota uma tendência para o abandono do modelo antigo; o modelo conjugal que temos agora já vem de há séculos e vai sofrendo evoluções. Como será daqui a 150 anos? E do ponto de vista cultural como é que as pessoas pensarão? Porque os modelos, as referências, também evoluem, não são estáticas. Foi preciso fazer um exercício de imaginação, partindo de uma dada realidade actual mas também do histórico passado, e ver qual a linha de evolução que nos poderá conduzir a uma Angolade daqui a 150 anos.

 

Sendo o autor também membro do governo, portanto investido de altas funções políticas, e sendo que escrever um romance implica devanear, “andar nas nuvens”, F. Tchikondo fez uso de um interruptor mental que accionava enquanto ministro e depois desligava quando passasse à condição de ficcionista?

Não é difícil conciliar. Só é preciso ser organizado. No espaço das 24 horas do dia dá para fazer muita coisa. E depois há o espaço da semana, do mês, do ano, a vida... Dá para fazer política e aquilo de que se tem vocação, talento. E também dá para ficar com a família e os amigos. Enfim, dá para muita coisa se a pessoa for organizada. A literatura para mim aparece como um momento em que tenho espaço livre na minha mente. 

 

A razão da pergunta é que tendo o seu romance uma componente de ficção científica o devanear é maior do que se fosse um romance realista, o grau de abstracção é maior...

Este romance não é só ficção científica. A parte sobre o desenvolvimento científico e tecnológico é mesmo ficção científica e tive que me apoiar naqueles que estudaram Física. Estudei um autor, Michio Kaku, americano de origem japonesa, professor da Universidade de Nova Iorque. Li dois livros dele sobre Física.

 

Isso no quadro da preparação para a escrita?

Sim. Para fazer uma projecção para Angola daqui a 150 anos eu tinha que escrever e colocar o leitor a pensar como se já estivesse nessa época de daqui a 150 anos. Os personagens e os diálogos entre eles, a relação entre eles, os sistemas da época, etc., tive que visualizar sistemas, modelos já dessa época. E, para isso, no domínio tecnológico, interessou-me mais a componente da Física, por exemplo, para descrever aquilo que prevejo que venha a acontecer, a comunicação do pensamento por telepatia, a levitação magnética... é algo que está a ser estudado e que possivelmente acontecerá. E muitas outras coisas que só estudando os que se ocupam da Física é que nós podemos ter alguma percepção. E também ver como é que essa Física evolui e qual a sua linha de evolução. Por extrapolação aplico tudo isso à realidade angolana. E também no domínio da procriação talvez já não seja mais necessário, daqui a algum tempo, um homem e uma mulher para fazer um filho. A partir de uma célula pode vir a ser possível gerar um ser humano. Este romance não é só ficção científica, também tem, se assim quisermos chamar, ficção social, ficção cultural e ficção antropológica.

 

O seu romance parece projectar uma sociedade que reúne ao mesmo tempo as características de uma utopia e de uma distopia...

Repare bem. Eu não tenho a ilusão de prever uma sociedade perfeita. O raciocínio do livro não é no sentido de prever uma sociedade organizada, perfeita. Não. É no sentido de evoluir mas com os altos e baixos que qualquer sociedade tem. No passado houve e no futuro também haverá sociedades de conflito, mais ou menos inclusivas, mais ou menos excludentes. Tenho a perfeita consciência disso e sou coerente ao fazer essa projecção para daqui a 150 anos. Quando falo, por exemplo, do modelo político sem partidos, de uma democracia sem partidos, é olhando para a evolução. Neste momento quem se candidata para o poder são os partidos. E vemos que cada vez mais o acesso ao poder político é muito mercantilizado, por causa do sistema de marketing eleitoral que é cada vez mais caro. Os partidos hoje afirmam-se mais pelo bem sucedido do seu marketing do que pelas suas convicções e as suas ideologias. Vemos isso nos países mais desenvolvidos. É quem tem mais dinheiro para suportar um bom marketing político que tem mais possibilidades de chegar ao poder político. Ora, esse é um modelo que, mais cedo ou mais tarde, vai se auto-destruir, porque vai se chegar a um ponto em que as pessoas vão dizer “mas isto é comércio ou é mesmo política? E onde é que sai o dinheiro para os partidos se sustentarem e sustentarem campanhas com tão volumosas quantidades de dinheiro”?...

 

Essas ideias, que acaba de exprimir, são sustentadas no romance pelo personagem Michael Hossi. São ideias que o autor também defende? O autor identifica-se em grande medida com esse personagem?

Na verdade não é uma questão de estar de acordo ou não com esta visão. É uma constatação histórica. Nós somos críticos. Intelectualmente estamos no mundo mas não somos amorfos. Olhamos para os fenómenos e fazemos deles uma leitura e uma explicação, tentando responder a coisas que aparentemente não combinam bem. E esse sentido crítico leva a perguntar como é que seria, uma vez que o sistema de acesso ao poder pelo partido pode eventualmente implodir, qual seria o  sucedâneo, o que é que depois disso viria? Daí este exercício intelectual de antevisão, de especulação política e sociológia de como é que seria o outro sistema, possivelmente uma sociedade sem partidos políticos.

 

Sendo que, pela estratégia narrativa que adoptou, a história é contada através de um relatório de especialistas no ano 2170, verifica-se, entretanto, que a linguagem é a do português vernáculo actual, de 2020. Isso acontece porque a sua projecção, enquanto autor, é que em 2150 o português vernáculo será  ainda este de hoje?

Olha, essa foi a parte mais difícil e desafiante para mim. Era saber como as pessoas se comunicarão daqui a 150 anos. Tenho a consciência de que 150 anos atrás comunicou-se de uma determinada maneira. Felizmente temos registos históricos de como é que isso foi feito e da evolução que houve. Fazendo essa extrapolação para daqui a 150 anos necessariamente concluiremos que também haverá uma forma de comunicação, uma linguagem e até mesmo uma construção gramatical que será diferente. Aí não consegui ser criativo ao ponto de utilizar uma linguagem possivelmente da época, de daqui a 150 anos. Não consegui.

 

Privilegiou então o lado da comunicação com o leitor de hoje?

Com o leitor de hoje. Na verdade há coisas que é possível imaginar como é que serão daqui a 150 anos. Sobretudo na tecnologia é muito fácil fazer a extrapolação. Mas na linguagem, nas questões sociológicas, antropológicas e culturais é muito mais arriscado.

 

Essa extrapolação seria sempre ficção...

Seria sempre ficção. Mas uma ficção que exigiria um grau de abstracção de uma forma muito mais apurada. Eu teria que ter um conhecimento da evolução linguística e conhecimentos científicos da língua para poder esticar o raciocínio e a criatividade até ao limite e criar então um modelo de linguagem. Quem sabe num outro romance eu consiga fazer esse exercício...

 

Há neste romance marcas, referências, que apontam para situações deste ano de 2020. Fala-se no vírus Corona versão 2019, fala-se numa pandemia... O livro foi escrito este ano?

Não, já vinha sendo escrito há um ano e meio, dois anos... Mas para dar explicação e sustentação lógica a alguns acontecimentos foi necessário tomar mão de realidades actuais. Por exemplo, para que Angola se transforme e tenha alterações mais ou menos radicais, em alguns casos revolucionárias, de rotura com o passado, é preciso que aconteça algo que provoque isso. Ora, esse algo para mim foi a existência de uma guerra global que tem aspectos de guerra biológica que não são de excluir. Claro que não será uma guerra mundial como a de 1914/18 com aquela visão clássica de matança, etc., é uma guerra global dos tempos actuais em que se usa mais a força do domínio económico, do domínio dos mercados, da religião e dos sentimentos religiosos, etc., etc. Essas armas, digamos assim, da guerra global hodierna é que utilizei para justificar uma rotura com o passado. Portanto acontece uma guerra global que proporciona uma alteração nos sistemas a nível global e sobretudo de Angola. É nesse contexto que falo do coronavírus como uma possível arma biológica que levou o mundo a alterações. Ainda é cedo para dizermos quais são os efeitos estruturantes ou desestruturantes na vida das pessoas e da humanidade por causa do corona, mas já podemos prever que alterará modelos, sistemas, o que fará com que a vida se altere profundamente.

 

Aparentemente enquanto escritor a sua socialização ocorreu na relação com escritores como Pepetela, Boaventura Cardoso e Adriano Botelho de Vasconcelos. Considera-se como pertencendo à geração destes autores? Como é que se situa na linha geracional da literatura angolana?

O que procurei no Pepetela, no Adriano Botelho de Vasconcelos e no Boaventura Cardoso foi sobretudo a experiência literária. Considero que é uma responsabilidade grande escrever para o público. Não podemos fazer as coisas de ânimo leve. Aconselhei-me com eles de uma maneira muito aberta. E eles também tiveram a gentileza de me apoiar, aconselhar e me ensinar mesmo como é que se faz literatura. São pessoas com quem tenho uma relação de amizade e foi com uma facilidade grande que se proporcionou o diálogo. Mas identifico-me muito com os escritores recentes, como o Ondjaki, por exemplo, ou o (Roderick) Nehone, que apesar de já não ser muito jovem é da nova geração, o Carmo Neto que também é da nova geração, enfim, identifico-me muito com a literatura jovem, embora reconheça que temos que trabalhar bastante, sobretudo inculcar hábitos de leitura na nossa sociedade. Escrever um livro é muito caro, é um prejuízo. Quem escreve o faz por paixão, mas perde dinheiro. Se o mercado fosse mais consumidor...  Mas não há hábitos de leitura. Se houvesse a apetência da sociedade em comprar livros talvez houvesse mais literatura jovem ou de jovens escritores.

 

Essa questão da difusão da leitura e do livro passa por medidas de Estado que permitam tornar mais barato o papel, a produção e o próprio livro, além da criação de muito mais bibliotecas. Enquanto membro do governo certamente terá uma palavra em relação a tudo isso...

Os mecanismos que o governo usa para incentivar esta ou aquela prática que convém às políticas do goevrno são os instrumentos financeiros. Não necessariamente dar dinheiro, mas sobretudo isentar impostos, fazer com que pelo não pagamento do imposto ou então pela redução de impostos aquele que se dedique a esta actividade escrevendo ou editando ou produzindo o livro materialmente nas gráficas tenha um custo de produção baixo com um regime fiscal adequado. Creio que já existe um regime especial. Este é um caminho. E havia também que incentivar mais à leitura, porque sem um mercado literário de consumo mesmo que os livros sejam baratos vão ficar nas prateleiras.

 

O que é que mais o desafiou na escrita deste livro?

A escrita deste livro mexeu muito comigo do ponto de vista da criatividade e da imaginação. Como é que os que viverão daqui a 150 anos olharão para nós? Há uma parte muito substancial do livro que é dedicada a isso. São os herdeiros do Kassinda Sekele, seus bisnetos e trisnetos, que farão a sua leitura retrospectiva tentando descobrir como é que o bisavô ou trisavô chegou onde chegou e então fazem juízos, avaliações, leituras no meio de umas histórias muito interessantes porque são baseadas na época actual, sobretudo desde 1992, quando o regime económico e político se altera e vamos para uma política de mercado, sendo a partir daí que as pessoas começam a se posicionar para ficarem ricas. Essa componente de como é que as pessoas em 2170 vão olhar para nós foi muito desafiante para mim.

 

O exercício da escrita literária coloca o indivíduo numa situação de fragilidade, de vulnerabilidade emocional e até mesmo física. Como é que conciliou e encarou o contraste entre uma actividade que o vulnerabiliza, em que põe as suas emoções e os seus sentimentos mais profundos a nu e a outra actividade, a de governante, em que deve evidenciar autoridade e não ter as emoções à flor da pele? 

É conciliável desde que a pessoa paute a sua conduta por princípios. Se a pessoa, que é o meu caso, seguir valores de rectidão, de verticalidade e sobretudo os valores que eu prezo muito e que aplico desde quando fui ministro da Geologia e Minas e agora enquanto ministro da Justiça, que são a transparência, a lealdade e o rigor. A minha vida toda é marcada por esses três princípios. Na transparência eu não escondo as coisas; e para não esconder esforço-me para não fazer coisas más. Só se esconde aquilo de que a gente tem vergonha. Se tenho coisas más na minha vida não posso ser transparente. Procuro levar uma vida que me permita mostrar o que sou sem receio e sem estar com muitas voltas a explicar isto ou aquilo. Não tenho receio de ser visto assim e que as pessoas façam uma radiografia do meu interior pela transparência que eu próprio sigo. E depois há a lealdade. Eu tenho que ser leal à linha do meu partido, à liderança do meu líder político que é o Presidente da República, tenho de conhecer o pensamento dele e tenho que ser leal a isso. Há-de notar que a narrativa apesar de ter temas delicados e mesmo controversos não foge à lealdade. Pelo contrário procura fazer com que haja uma visão que está alinhada, embora não sendo aquele alinhamento canino que estraga tudo.

 

Em algum momento enquanto criador se sentiu na necessidade de se auto-censurar, de delimitar o âmbito da sua criatividade para estar em linha com  o pensamento político vigente?

Sim. Necessariamente eu tenho que ser auto-crítico e tenho que me impor limites, porque estou inserido numa determinada sociedade, estou inserido politicamente num determinado contexto e estou inserido também enquanto dirigente político. Eu tenho que fazer a minha narrativa literária não comprometendo a coerência com essas inserções, porque senão são duas pessoas e eu não sou duas pessoas. Sou apenas uma pessoa. Quando o entusiasmo da escrita me leva a uma determinada direcção tenho de ter a capacidade de auto-crítica e dizer que essa direcção não é correcta, posso fazer a mesma coisa mas utilizando um método mais de acordo com o sistema e o pensamento actual.

 

Na linha de evolução do sistema democrático, conforme narrado no romance, os partidos políticos vão acabar por desaparecer. Prega-se uma democracia sem partidos. Não tem receio que isso venha a ferir susceptibilidades no seio do seu partido?

Não tenho, porque vejo o lado positivo disso. Temos de ter consciência de que nada é estático, tudo muda. A própria dinâmica partidária de organização e funcionamento também evolui. Se há essa evolução temos a obrigação, hoje, de pensar como é que poderá ser amanhã e prepararmo-nos já. Penso que com esta especulação acabo por dar um contributo não só ao partido a que eu pertenço mas aos partidos em geral, para começarem a ver que tudo isso pode vir a desaparecer. E se desaparecer estamos preparados? Portanto, é um pouco no sentido construtivo dessa visão que eu falo nisso. E não tenho receio de falar porque não estou a criticar para destruir um modelo que existe, é apenas para fazer uma especulação, se quisermos, político-científica de como é que as coisas evoluirão. E esse tipo de projecção é aconselhável que se faça, não só nesse domínio mas também noutros. Mesmo na nossa vida pessoal temos a obrigação de ver se hoje é assim como é que amanhã poderá ser, para não sermos apanhados desprevenidos e não ficarmos perdidos quando as coisas acontecerem.

 

 

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